Formação Continuada em Ecocidadania tem início nos municípios do entorno da Baía Babitonga
Os primeiros ciclos de oficinas da Formação Continuada em Ecocidadania (FCE) foram iniciados com a participação de professores, educadores e representantes da comunidade escolar dos seis municípios do entorno da Baía Babitonga, em abril de 2016. Serão realizados 11 ciclos da formação este ano, com encontros em Araquari, Balneário Barra do Sul, Garuva, Itapoá, Joinville e São Francisco do Sul.
A Formação Continuada em Ecocidadania é uma iniciativa do Projeto Babitonga Ativa que conta com a parceria do Coletivo Memórias do Mar e da Associação SocioAmbientar. A formação é uma das ações previstas na Agenda Integrada de Ecocidadania, facilitada pelo Projeto Babitonga Ativa, e busca contribuir para o processo de construção participativa da gestão integrada do Ecossistema Babitonga, bem como para o fortalecimento do processo de ensino e aprendizagem dos participantes.
A proposta da formação vem sendo construída de forma participativa junto às secretarias municipais de educação e com a 23ª Gerência de Educação de Santa Catarina (23ª Gered) desde o segundo semestre de 2015. Ela tem como tema gerador a “Saúde do Ecossistema Babitonga”. Serão desenvolvidos quatro módulos temáticos: identidade social, ambiental e cultural; estratégias didáticas inovadoras; espaços e estruturas educadoras; educação integral.
Esse processo de ensino e aprendizagem contempla uma estrutura curricular flexível (https://goo.gl/voDMc4) e tem como base teórica metodológica e experiência do Programa de Cidadania Socioambiental – SocioAmbientar: Multiplicando Sonhos, da Associação SocioAmbientar de Itajaí (SC) e das demais oficinas e ações desenvolvidas pelo Coletivo Memórias do Mar. As duas instituições são parceiras do Projeto Babitonga Ativa. A formação é pautada na pedagogia construtivista, no processo de ensino e aprendizagem e em princípios que permeiam a ecocidadania, a cidadania socioambiental e a educação ambiental, tendo em vista a integração das diversas bases pedagógicas da educação formal e não-formal.
Com uma série de oficinas, saídas a campo e seminários, os temas são abordados de maneira teórica e prática, permitindo a construção de um espaço de ensino e aprendizagem inovador em cada município, buscando contribuir para a ativação da ecocidadania com intenção de fortalecer a gestão participativa a partir do sentimento de pertencimento e cuidado com o território.
Para as coordenadoras da formação, Maiti Fontana e Mirella Cursino, o objetivo é contribuir para ativar a ecocidadania nas comunidades escolares por meio do diálogo sobre a importância do território para as questões socioambientais e econômicas, suas potencialidades e fragilidades e a atuação do cidadão, individual ou coletivamente, para a construção de sociedades sustentáveis, solidárias e humanas. Desta forma, este processo se propõe a contribuir para a formação de multiplicadores da ecocidadania, tendo em vista a aplicabilidade dos conhecimentos compartilhados e construídos ao longo da formação em suas realidades.
“A riqueza na diversidade de participantes e o processo de ensino e aprendizagem que vem sendo construído em cada município é, por si só, uma riqueza imensurável da formação. O objetivo é que cada participante possa ser um multiplicador dos princípios e ações da ecocidadania em seus espaços de atuação”, afirma Maiti.
Segundo Mirella, "a formação continuada é uma proposta metodológica que busca a continuidade a longo prazo do processo de ensino e aprendizagem em Ecocidadania no território de abrangência do Ecossistema Babitonga. A intenção é que os participantes envolvidos continuem na construção ativa da proposta pedagógica após o período de execução do Projeto Babitonga Ativa".
O espaço educador da formação inclui a construção coletiva de acordos e a reunião circular dos participantes nas oficinas em torno do Centro Livre de Criatividade, que busca encorajar os participantes para o compartilhamento de objetos, livros ou instrumentos pedagógicos diante do grupo, e para que todos possam caminhar no mesmo foco ao longo dos aprendizados. Esse espaço ainda conta com a disposição de materiais diversos que fazem parte da Biblioteca física e virtual de Ecocidadania que está sendo construída junto aos participantes.
O encontros são mensais e quinzenais, presenciais e á distância e reúnem professores, educadores e membros das comunidades escolares de cada um dos municípios. Ao todo, foram recebidas cerca de 200 inscrições para as 190 vagas disponíveis. A carga horária total da FCE é de 120 horas e terá certificação da Univille. Cada oficina terá carga horária de 3 horas presencias e 1 hora à distância, havendo flexibilidade para integração de oficinas de acordo com a proposta de ensino apresentada pelos facilitadores.
Ao final da formação, cada turma poderá compartilhar com os demais participantes seus planos de ação coletivo que serão construídos durante a FCE, bem como o portfólio (diário de bordo) que registrará os aprendizados individuais construídos ao longo desse processo. Esse compartilhamento será realizado em 10 de dezembro, no Seminário de Integração, onde cada turma e cada participante poderá compreender e compartilhar seus caminhos para a multiplicação da ecocidadania, tendo em vista a saúde do Ecossistema Babitonga. Em março de 2017 também irá acontecer o Seminário Juvenil, com objetivo de reunir jovens e ações de envolvimento e empoderamento para participação social.
A equipe do Projeto Babitonga Ativa agradece a participação e interesse de todos que encaminharam as fichas de inscrição. Os interessados que não foram selecionados também poderão participar de outras ações da Agenda Integrada de Ecocidadania que serão desenvolvidas a partir do segundo semestre, como saraus, palestras e seminários buscando o fortalecimento do patrimônio cultural material e imaterial do território.
