Pesca em Itapoá concorre com a atividade portuária, segundo pescadores
Cerca de 20 pescadores vinculados à Colônia de Pescadores Z-01, de Itapoá, participaram, na sexta-feira (16.10), de oficina de planejamento espacial marinho promovida pelo Projeto Babitonga Ativa. O objetivo foi mapear os usos e sistematizar informações sobre os benefícios oferecidos pelo ecossistema Babitonga. Também fizeram parte do levantamento a indicação de recursos utilizados pela pesca artesanal na região, bem como as áreas utilizadas para a atividade. Entre os principais conflitos identificados pelos pescadores está a perda de área de pesca devido à operação do Porto de Itapoá.
O bom índice de comparecimento dos pescadores na reunião ilustrou o engajamento do setor da pesca artesanal no município. Pelos relatos dos participantes, a pesca em Itapoá foi afetada com o início das atividades do porto, em 2011. Além do tráfego de navios e grandes embarcações na baía, o que reduziu áreas de pesca e diminuiu a oferta de peixes nos seus principais pesqueiros - segundo os pescadores, o intenso tráfego de caminhões nas rodovias da cidade também contribui para reduzir a qualidade de vida da comunidade pesqueira, segundo relatado no encontro.
A dinâmica da reunião também demonstrou o bom envolvimento dos participantes com a causa da conservação de recursos naturais. Na opinião da bióloga Dannieli Herbst, que conduziu a oficina, após grandes impactos ambientais, as comunidades do entorno da área impactada tendem a refletir mais sobre a necessidade de coesão e sobre a importância que os recursos naturais representam à sociedade.
“É interessante ver como alguns pescadores interagiram com os demais durante a oficina, pedindo sempre atenção dos colegas para indicarem as áreas mais importantes da Baía Babitonga”, afirma. O presidente da Colônia de Pescadores Z-01, Abel Pereira, também participou do encontro.
