Comissão Internacional Baleeira não aprova criação de santuário no Atlântico Sul

A Comissão Internacional Baleeira (CIB) não aprovou, da última terça-feira (26.10), na Eslovênia, a proposta de criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul, que tem entre os principais proponentes Brasil, Argentina, Uruguai, África do Sul e Gabão. Embora a proposta tenha alcançado a maioria dos votos (38 a 24), o projeto não alcançou o mínimo de 75% de votos para ser aprovado. Na última votação, em 2014, faltaram quatro votos para o santuário ser aprovado. Neste ano, a diferença aumentou: faltaram nove votos.

Com a expectativa frustrada, a esperança dos defensores da proposta é de reverter o resultado em dois anos, no próximo encontro da CIB. O governo federal ofereceu o Brasil para sediar a reunião, mas o local ainda não está definido.

Era grande a expectativa do governo brasileiro e dos demais países em aprovar a medida para resguardar as populações de mais de 50 espécies de cetáceos. A ideia consiste em reserva uma área de 20 milhões de quilômetros no Atlântico Sul onde será proibida a caça contra baleias. A proposta foi avaliada pela primeira vez pela CIB em 2001, mas, até hoje, nunca foi aprovada.

A expectativa era grande porque, em junho, o comitê científico da CIB deu parecer positivo para a proposta. Em setembro, a União Internacional pela Conservação da Natureza (UICN) também aprovou moção de apoio à proposta. Mas o posicionamento contrário, defendido por países como o Japão e a Noruega, prevaleceu. O Japão, por exemplo, busca retomar a possibilidade de caça às baleias, hoje proibida por moratória. Com a criação do santuário, a volta à caça às baleias seria impossível.

Área

O santuário teria como limite o já existente Santuário da Antártica. Juntos, teriam potencial para proteger todas as baleias que visitam as águas jurisdicionais brasileiras, da Argentina e Uruguai e de todo litoral sudoeste da África. Em toda essa área, ficaria proibida também a pesquisa com uso letal e seria favorecido o turismo.