Pescadores de Garuva se mobilizam para o planejamento espacial da região do Rio Palmital
Pescadores e pescadoras vinculados à Colônia de Pescadores Z-30 de Garuva participaram, no último sábado, de oficina de planejamento espacial marinho promovida pelo Projeto Babitonga Ativa. O objetivo do encontro foi mapear os usos e sistematizar informações sobre os benefícios oferecidos pelo ecossistema Babitonga. Também fizeram parte do levantamento a indicação de recursos utilizados pela pesca artesanal na região bem como as áreas utilizadas para a pesca na baía. Também foram diagnosticados alguns conflitos, dentre os quais o mais relevante é a perda do espaço de pesca para pescadores recreativos.
Segundo o presidente da Colônia, Semindo Hirt, os pescadores ocasionais, de modo geral, não respeitam períodos de defeso nem o tamanho mínimo de captura de espécies, além de usarem barcos e motores superiores às necessidades de navegação em áreas próximas a mangues. “Enquanto usamos motores pequenos para não revirar a água e atrapalhar a reprodução próxima aos costões, os turistas usam motores muito grandes, que interferem nesse processo”, destacou. Além disso, destacou Hirt, essa situação compromete a sustentabilidade da pesca na baía. “O ideal é que seja realizado um ordenamento deste tipo de pesca turística”, propôs.
Com as informações de usos a partir da pesca, da maricultura, das atividades de transporte aquaviário, turismo e mineração, será possível estabelecer um mapa que inclua os múltiplos usos e interesses para auxiliar na construção do Plano Adaptativo e Colaborativo para a Governabilidade do Ecossistema Babitonga (PGE).
Todos os resultados das oficinas serão levados para avaliação e discussão com o Grupo Pró-Babitonga (GPB) e comunidades envolvidas da região. O GPB será composto por representantes da sociedade civil, do poder público e da iniciativa privada da região de entorno da Babitonga.